AS PLACAS MISTERIOSAS

Placas com uma inscrição enigmática, envolvendo os nomes do historiador Arnold Toynbee e do cineasta Stanley Kubrick surgiram há mais de 15 anos em ruas de várias cidades das três Américas. Depois não se ouviu falar mais do assunto.

Quem pela primeira vez as viu foi o consultor de informática William J. O’Neill. Ele relatava na época, que a encontrou numa rua da Filadélfia, em 1995. Feita de plástico, tinha a seguinte inscrição: “Toynbee Idea in Kubricks’ 2001 Ressurrect Dead on Planet Jupiter”, algo como “As idéias de Toynbee no 2001 (o filme 2001, Uma Odisséia no Espaço) de Kubrick ressuscitam mortas no planeta Júpiter”.
Depois, O’Neill, que viaja muito, encontrou mais duas: uma em Manhattan, Nova York, e a outra em Washington, bem em frente à Casa Branca. Esta última continha um adendo incitando ao assassinato de jornalistas. Curioso, O’Neill começou a documentá-las e fotografá-las. A repercussão do fato foi tão grande que o The New York Times desembocou no site de O’Neill. Em entrevista ao jornal, ele disse que estava tentando solucionar o enigma.

O surgimento no Brasil
No Brasil, elas foram descobertas pelo designer Nicolas Frota: ele achou uma na Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro. O texto, obscuro, continha tropeços gramaticais e misturava o português com o inglês que dizia: “Toynbee ideas in cine 2001 ressussitar morto sul planeta Jupiter”.
As Placas Toynbee, como estão sendo chamadas, possuem normalmente de 20 a 30 centímetros de largura por 15 de altura. São presas de alguma maneira junto com o asfalto. Em alguns casos, foram pintadas com a mesma tinta usada para marcar sinais de trânsito. Todas elas são bastante semelhantes e parecem ter sido feitas pela mesma pessoa ou organização. “Nos Estados Unidos, algumas delas têm mensagens maiores, com menção a uma provável conspiração para matar jornalistas”, ele escreve em seu site.

Fanatismo religioso
Mas qual seria o real significado real das mensagens? Qual a ligação entre Toynbee e Kubrick? A resposta à primeira pergunta é uma incógnita. A segunda questão requer grande esforço de pesquisa para chegar ao livro Goldberg Street, de David Mamet, ganhador do prêmio Pulitzer, e associá-lo ao filme de Kubrick - um trecho do livro faz referência a uma excerto de Toynbee em que ele diz que toda a vida humana poderia ser facilmente reconstituída no planeta Júpiter.
Há outras possíveis ligações entre os dois. Ambos são ingleses, Toynbee tinha uma queda pelas coisas religiosas e Kubrick por músicas de caráter sacro: a trilha sonora de 2001 inclui a peça “Assim Falava Zaratustra”, de Richard Strauss, e “Lux Aeterna”, de György Ligeti.

Finalmente, quem estaria por trás de todo esse mistério cravado no asfalto?
John Charles Taylor, amigo de William J. O’Neill, diz que seu criador provavelmente mora em Dover, na Inglaterra, como sugere uma das placas, tem dinheiro e tempo para correr o mundo. E tudo indica que é um fanático religioso.

Fonte: Gostei/Abril 

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